O jogo da verdade. Ou será que não?

terça-feira, 3 de setembro de 2013
Oi (?)
Eu sei que sumi e tenho consciência de que estive por fora dos melhores acontecimentos dos últimos meses (manifestações, PEC's, médicos estrangeiros, plebiscitos etc), existem duas explicações, sendo uma mais aceitável que a outra: eu estive muito ocupada e (não me matem) com muita preguiça. Mas agora eu juro que vou tentar deixar o blog mais atualizado, nem que para isso eu precise arranjar um administrador. 
Bom, vamos às vias de fatos.  Nunca esqueci aquela célebre frase do ministro da propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, (sim, Hitler tinha um ministro da propaganda, acho que o governo brasileiro o inveja): "Uma mentira dita cem vezes torna-se verdade", ou seja, quando uma invenção é repetida vezes o suficiente por várias bocas, algumas livres da descrença, o restante da população leiga passa a acreditar na mentira. 
O que isso tem a ver com o que me levou a escrever?
No dia 31 de agosto o jornal O Globo retratou-se pelo seu site, dizendo ter sido um erro apoiar o golpe militar em 1964. É fato conhecido que a imprensa Globo sempre foi de direita, ainda assim eles tinham a consciência de que o apoio à ditadura era a mancha mais suja em seu currículo, sobressaindo inclusive, na minha opinião, o recente escândalo de sonegação de impostos, ao qual a empresa foi submetida a pagar as devidas multas. 
À luz das manifestações, o jornal reconhece seu erro em apoiar o militarismo e diz que a discussão sobre admiti-lo já estava em pauta na redação anteriormente e que não resta arrependimento, mas tão somente certeza de ter tomado a melhor decisão em se retratar somente após o fogo de palha dos protestos. Por mais que se diga o contrário, a medida de falar abertamente sobre o equívoco de 1964 foi claramente tomada após as manifestações e por causa delas, sendo que a própria matéria diz que o clamor público deve, de alguma maneira, ser respondido.
Pois bem, vamos deixar de lado os argumentos ad hominem usados ao longo do texto (algo que soou na minha opinião como: mas, mãe, todo mundo fez a mesma coisa - em referência aos jornais "Folha de São Paulo", "O Estado de S. Paulo", "Jornal do Brasil" e "Correio da Manhã"), ignorar que a notícia é essencialmente confusa, dispersa facilmente a atenção do leitor e se utiliza de frases de efeito vazias sobre a democracia.
É tão fácil crer em tudo que nos é posto nas mãos e exposto pela imprensa como peixe na feira. "Uma mentira dita cem vezes torna-se verdade". E vamos nos esquecer por um segundo da Globo, porque falando assim ela parece a grande carrasca de toda a história brasileira, embora não seja inocente e eu não goste da forma como expõem as notícias, não podemos culpá-la de tudo. 
O mundo passava por uma crise nos sistemas de governo. Enquanto EUA e URSS se alfinetavam mutuamente, Cuba instaurava o socialismo, o homem buscava a lua e os Beatles estouravam nas paradas de sucesso, no Brasil o que mais se temia era a ameça vermelha: o comunismo. 
As pessoas temiam a bandeira vermelha e amarela da luta comunista assim como hoje tememos a violência e as ameaças de terrorismo e bombas nucleares, em ambos os casos fomos levados ao medo pelo governo e pela imprensa sensacionalista. Então a Globo e tantos outros veículos da mídia tinham de um lado o povo amedrontado pela guerrilha urbana comunista e, de outro, militares prontos para defender com unhas, armas e dentes a democracia. Falando assim parece tão inocente e belo que a melhor coisa na qual você apostaria era a ditadura. E sabe por quê? Porque assim como durante o nazismo de Hitler, os militares eram expertos o suficiente para te levar a crer que o regime deles era melhor e mais garantido. Quando se teme algo, tudo que não é aquela coisa, lhe parece a melhor solução. Então este foi o argumento dos jornais para apoiar a causa militar, que era bem mais bonitinha na teoria do que na prática e prometia deixar de existir quando a democracia estivesse segura. 
Poxa, Tainá, então a imprensa foi vítima também? Não, não foi, porque eles influenciaram a opinião pública, pegaram os cérebros das pessoas e os moldaram como queriam. Se desde o primeiro instante a mídia tivesse feito o que lhe é DEVER fazer: procurar a verdade e nada mais que ela nos acontecimentos, quem sabe o que poderia ter acontecido? Se diante das evidentes atrocidades e manipulações governamentais não houvesse tanta passividade, talvez a ditadura não tivesse atingido o AI-5 ou matado e sumido com tantas pessoas. 
Não nos vale mais lamentar o passado, só podemos impedir que algo assim volte a acontecer e tentar evitar a manipulação. E se é sobre democracia, sobre como esta era a promessa anti-comunista, então que coloquemos em prática nosso direito inalienável ao poder e busquemos sempre o ideal da participação popular nos governos e da demonstração de nossa opinião individual para não nos tornarmos mais uma peça do círculo vicioso de Goebbels. 
"Não importa a contradição, o que importa é televisão. Dizem que não há nada que você não se acostume, cala a boca e aumenta o volume então" - A Melhor Banda dos Últimos Tempos da Última Semana (Titãs)
Nem acredito que voltei a escrever. Estou tão feliz *-*
Comentem, ok? OK.
PS: 7 de setembro já está aí, preciso de algo realmente bom.

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